O estudo intitulado "The exceptional hydrological disaster of April-May 2024 in southern Brazil" recebeu reconhecimento em dois importantes meios: foi aceito para publicação na Revista Brasileira de Recursos Hídricos (RBRH) e teve alguns dos seus principais achados destacados em matéria do jornal Zero Hora.
Conduzido por uma equipe de 23 especialistas de instituições renomadas como UFRGS, UFSM, FURG, UFPEL, Univates e Serviço Geológico do Brasil (SGB), o trabalho investigou as causas, impactos e lições deixadas pela maior enchente já registrada na história do Rio Grande do Sul. O evento, que ultrapassou os 150 anos de observação histórica, foi impulsionado pela maior chuva já registrada em escala espacial e temporal no Brasil, gerando consequências devastadoras, como enchentes, escorregamentos de encostas e deslocamento de milhares de pessoas.
O estudo apontou que falhas nos sistemas de prevenção e gestão contribuíram para agravar os impactos da enchente, especialmente em municípios como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Essas conclusões foram detalhadas em dois artigos publicados pelo Zero Hora, que reforçaram a relevância do trabalho para a sociedade e para a gestão de recursos hídricos.
Associado ABRHidro comenta
Segundo Walter Collischonn, hidrólogo e professor da UFRGS, um dos autores do estudo, o objetivo é que as lições aprendidas com este evento tão traumático ajudem a mitigar futuros desastres. "Decidimos escrever o artigo porque entendemos que é importante que a sociedade tire o máximo de lições possíveis deste evento, para que ocorrências semelhantes no futuro sejam enfrentadas com mais preparo e menos impactos", afirma.
A escolha da Revista Brasileira de Recursos Hídricos para a publicação do artigo reforça o compromisso dos autores com a divulgação científica de qualidade e com a comunidade brasileira de recursos hídricos. A revista, que é referência na área, publicará o artigo em 2025.
O evento de 2024 não só representou um marco na história climática do Brasil, mas também evidenciou a necessidade de aprimoramento em infraestrutura, gestão e políticas públicas para enfrentamento de desastres naturais. O estudo se destaca como um importante passo para esse aprimoramento, reunindo especialistas com experiência prática durante e após o evento, além de análises que abarcam desde a previsão de cheias até a avaliação de danos.
Para saber mais, acesse os links do Jornal Zero Hora (disponíveis na íntegra para assinantes):
Vale acompanhar o site da Revista e aguardar a publicação (aqui).
Mais:
Walter Collischonn é Hidrólogo, Professor Titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É mestre e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela UFRGS. Conduz pesquisas e projetos sobre modelagem hidrológica, previsão de cheias, análise de impactos antrópicos e de variabilidade climática sobre o regime hidrológico dos rios, e sobre geoprocessamento aplicado aos recursos hídricos. Lidera o grupo de pesquisa em Hidrologia de Grande Escala do IPH-UFRGS, onde é desenvolvido o modelo hidrológico MGB-IPH, que tem sido aplicado em diversas bacias da América do Sul. É co-autor do livro Hidrologia para Engenharia e Ciências Ambientais, e tem mais de 160 artigos técnicos e científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais.
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